Caro José A. Saraiva,
Acima de tudo, tenho de dizer-lhe que apreciei sobre-
maneira a sua fronta-
lidade e a honesti-
dade da sua resposta.
É evidente que não posso deixar de concordar que haverá casos em que os “deslubramentos prematuros” levam a “descarrilamentos”. Mas nem sempre.
No entanto, o facto de haver a possibilidade dos tais deslumbramentos, não me faz, de maneira alguma concordar consigo no que toca a avaliações.
Devo dizer que, numa altura em que se fala tanto de avaliações, não deixa de ser curioso que a sua opinião me leve a pensar que, de facto, exceptuando as gentes ligadas à Indústria Automóvel e à Àrea da Consultadoria e que já estão habituadas a lidar com Avaliações há já longos anos, quase toda o resto das pessoas com quem falo desse tema tem conceitos e ideias tão díspares (e às vezes tão erradas) sobre esse tema apenas por uma questão, suponho, de falta de hábito em lidar com isso.
Faz-me pensar que é uma área que poderá e será certamente explorada, num futuro muito próximo, por Empresas da Área da Formação.
Avaliar o trabalho de um jornalista é algo muito subjectivo? Então e qualquer outra profissão?
A chave para uma avaliação correcta é a fase em que se estabelecem os Objectivos. Se essa fase for bem feita, deixa de haver lugar para grandes margens de subjectividade face ao Desempenho do Avaliando.
Sendo os Objectivos traçados conjuntamente pelo Avaliador e pelo Avaliado, onde conseguiria o José Saraiva encaixar o “factor de correcção da avaliação” devido à idade? Em lado nenhum.
Só para terminar e para lhe mostrar que um excelente desempenho em idade precoce não leva sempre ao “deslumbramento”, dou-lhe um exemplo na área do desporto: Valentino Rossi.
Valentino Rossi foi Campeão Mundial nas categorias de 125cc em 1997 (tendo sido o piloto mais novo de sempre a alcnçar um título mundial), 250cc em 1999, 500cc em 2001, MotoGP em 2002, 2003, 2004, 2005 e 2008.
O Valentino nunca até agora perdeu a motivação. Podia, é certo, ter-se deslumbrado pelo meio do caminho, dado que o sucesso bateu bem cedo à sua porta, mas isso não aconteceu.
Ainda bem que o Motociclismo não é uma modalidade sujeita a avaliações como a patinagem artística ou a ginástica, por exemplo, senão, quem sabe, podia ter-lhe aparecido algum avaliador preocupado com o seu futuro…