Piazza Maggiore, Bologna

Ao contemplar esta bela estátua, na fonte da Piazza Maggiore, em Bologna, vem-me à memória uma passagem do livro A Mão de Fátima de Ildefonso Falcones.
“Brahim despiu a rapariga com os olhos enquanto esta lhe levava água; o almocreve manteve o copo junto ao seu corpo, sem estender o braço, para que a jovem tivesse de se aproximar dele e, assim, poder tocar na sua pele.
Hernando surpreendeu-se, sustendo a respiração ao observar como Fátima tentava não tocar em Brahim. O que pretendia o seu padrasto? Pelo canto do olho, acreditou ver como Aisha abanava o cabaz de Humam com um dos pés: o menino desatou a chorar.
– Tenho de lhe dar de mamar – desculpou-se Fátima, abalada.
O almocreve perseguiu-a com o olhar, tremendo ao pensar naqueles seios de menina, transbordantes de leite.”

Arte, vaginas e censura 2 – Aliaa Magda Elmahdy

Passada uma escassa semana e meia depois de o Muito suave ter feito o seu manifesto contra a censura da arte, descubro, através do Expresso, que uma mulher, no Egipto, expressa com a maior veemência possível a sua opinião sobre a liberdade que a arte deve ter, ou melhor, tem de ter.

Tal como defendemos no Muito suave, para Aliaa Magda Elmahdy, não pode haver censura do corpo humano na arte.
Desafiando tudo e todos, Aliaa Elmahdy expõe o seu corpo nú no blog “A Rebels Diary”
Antes de qualquer consideração sobre a sua motivação, convém não esquecermos que o Egipto, com “Primavera Árabe” ou sem ela, continua a ser um país islâmico.
Dito de outra maneira: a Aliaa, arrisca-se a levar 80 chibatadas por ter feito este manifesto pela liberdade de expressão!
A isto, meus amigos, chama-se convicção! 

Fica aqui um abraço Muito suave para a Aliaa… Força rapariga!!!

Uma abaladiça na Taberna da Maré

Vem-me sempre um sorriso aos lábios quando oiço a “Dança de Balcão” dos Virgem Suta.
Há uma parte da música em que o Jorge Benvinda canta:
Teima, a preguiça a ser maior
E a vontade de abalar
Mais um copo abaladiço
E outro p’ra recomeçar
Esta dança de balcão
Este “copo abaladiço” faz-me sempre lembrar um jantar na Taberna da Maré, um jantar bem regado com Paxá e durante o qual o Zeca (dono do restaurante), acabou na nossa mesa a beber uns copos connosco e a oferecer-nos um Barranco Longo (tinto, mas não me lembro qual deles).
Sendo que éramos só os dois a jantar e o Zeca apenas provou um copo da cada uma das garrafas… podem imaginar que saímos de lá bastante “alegres”.
No final desse jantar, o Zeca atira-me com “…não te vais embora sem uma abaladiça” e vá de encher um copinho de medronho para rematar a noite.
Não conhecia a expressão e achei engraçada: uma abaladiça, um copo antes de abalar. Ficou-me no ouvido, e agora, cada vez que oiço esta música, lá vem o jantar à memória…

Arte, vaginas e censura

Esta fotografia da Madonna, que foi vendida pela Christie’s por US$ 37.500 em 2009, serviu esta semana para o CM Vidas ilustrar uma “espécie de notícia” sobre declarações de Madonna acerca da sua juventude. O CM usou a foto mas optou por publicá-la depois de a censurar.
Outras publicações, lá por fora, como por exemplo o NME, ao noticiarem esse leilão da Christie’s, optaram por nos dar uma versão parcial da foto.
 
É interessante pensar que, ao visitar o Musée d’Orsay, em Paris, qualquer um, até uma criança, possa contemplar, sem qualquer problema, a obra L’Origine du monde de Gustav Courbet; no entanto, subsiste algum preconceito contra aceitar uma foto de um nu frontal como tendo igual direito a ser considerada uma obra de arte, e portanto, a ser exposta.
Poderia o livro L’Origine Du Monde; Histoire D’Un Tableau De Gustave Courbet escrito por Thierry Savatier figurar numa montra de livraria?
Por cá, sim, felizmente. De facto, já vi este livro exposto na montra da Bertrand do Colombo.
Já nos Estados Unidos… a coisa pia mais fininho… liberdade, sim, desde que não ofenda ninguém, moralistas de serviço incluídos!
O Facebook, esse moderno meeting point, com a pretensão de ser um “local público”, para evitar ofender as “virgens”, não tolera qualquer tipo de nudez.
Paradoxalmente, essa censura é feita com base no facto de nos “obrigarem” a aceitar os seus Terms and conditions no acto de inscrição.
O crítico de arte do Huffington post, G. Roger Denson, relata-nos como viu a sua conta do Facebook bloqueada, por nela expor obras com alguma nudez, todas elas bem menos controversas que a de Courbet.
No Muito suave, somos pragmáticos: aqui não há censura. Que isso fique bem claro.

Separadas à nascença?

O que é que uma tem a ver com a outra?
Desta vez fica lançado o desafio…
Quem  arriscou dizer que é a mesma, acertou. Ambas as fotos são de Mary Gorman.
A foto da direita retrata a Sra. Mary Gorman após ter sido detida nos USA, juntamente com o seu marido Chris, depois de terem sido apanhados a fazer sexo com um homem na casa-de-banho de uma discoteca em Orlando, na Florida conforme noticiou o CM de 03.Nov.
A foto da esquerda é a que aparece no site da Mary Gorman http://www.marygorman.com/
A Mary e o Chris Gorman são ambos escoceses milionários.
Mais detalhes sobre este casal no Daily Mail Online.

Palhaçadas

O Expresso de 22 de Outubro trouxe-nos uma história “engraçada”: 
Francisco Van Zeller conta que, ao dizer a  norte-americanos ou britânicos que empresas portugueses pagam dois salários em agosto sem que haja produção, os interlocutores desatam à gargalhada e acham “fantástico!” 
Esta piada do Van Zeller foi de facto de um mau gosto tremendo!

Falar com norte-americanos e britânicos dos nossos 14 salários como se esses salários tivessem alguma coisa a ver com os salários desses países… 

Países onde o custo de vida nem é assim tão maior que o nosso…
Enfim, quis ter piada… tudo bem. Passámos a saber que o Chôr Van Zeller é… um granda palhaço! 
Ó Van Zeller, piada por piada, pode também contar aos amigalhaços americanos como é que os nossos gestores fazem para acumular pensões vitalícias com ordenados chorudos ou ainda, como é que se faz para ganhar ordenados de 10.000 Euros e declarar menos de um terço ao fisco, com a estória dos bónus e prémios de desempenho.
Se ninguém achar piada, tente esta: quando estiver sentado à mesa a jantar com os seus amigalhaços americanos, levanta-se, aponta para o teto e grita: Hey! Look!… It’s a duck! 

A seguir, faz o gesto de quem aponta uma espingarda e solta um valente traque.

Garanto-lhe que esta não falha!