25 de Abril de 2018

Uma boa caricatura do 25 de Abril poderia ser um tipo gorducho, munido de uma bandeira nacional e de boné estendido, a ver se consegue cravar uns cobres aos turistas, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

Foi exactamente isso que eu pensei quando, no passado dia 25 de Abril, ao dar uma passeata matinal, vi este cromo.

Tou tramado com o IRA!

Falava eu aqui há uns dias do meu gato e da sua pancada em apanhar pássaros. E esventrá-los. E comer-lhes o fígado.

Entretanto, vieram umas chuvadas. Talvez por isso, alguns ratos saíram da toca e o gato não tardou a aparecer aqui com um rato. Meio rato, para ser mais preciso!

O que o gato fez com a outra metade, não me quis dizer…

Caí na asneira de mostrar uma foto do meio rato a um amigo, através do WhatsApp. Esse amigo passou a foto a outro e esse a mais outro e não tardou muito, a coisa tinha chegado a malta que eu não conheço de lado nenhum.

Não sei bem como mas os tipos descobriram onde moro. Não tardou muito tinha aqui à porta das águas furtadas onde moro uma brigada do tal IRA.

Começaram por perguntar-me se eu tinha um gato. Que sim. E onde é que está? Queremos ver o gato. Ele agora anda por aí… eu costumo deixá-lo ir passear durante o dia… Ficaram a olhar uns para os outros, aquilo do gato ir sozinho para a rua era bom ou mau?

Depois era o que é que eu dava de comer ao bichano. E mostre lá as embalagens. Não tardou muito e estava um tipo musculoso com T-shirt de mangas cavas a perguntar-me porque é que eu treinava o meu gato para estropiar outros animais.

O tipo devia ser lenhador, porque trazia um machado ao ombro. Não fosse ele confundir uma das minhas pernas com um tronco de árvore, tratei de explicar aquela rapaziada que o gato fazia aquelas coisas sem ter sido ensinado: O gato foi apanhado por mim na rua, abandonado. Tratei dele. Está vacinado e tudo!… Até posso ir buscar os papéis se quiserem. Estas coisas dos pássaros e dos ratos, devem ser hábitos de família, não sei…

Não ficaram totalmente convencidos. Que passavam lá por casa outra vez daqui a uns tempos, para ver como estavam as coisas.

Lá se foram embora. Olhe que nós voltamos… veja lá se trata mesmo bem do gato, ouviu?!

Ouvi, sim. Cabrão do gato. Eu sabia que ainda me ia arranjar problemas!

Controlar os instintos (ou não)

A propósito do Dia Mundial do Veganismo, celebrado no passado dia 1 de Novembro, lembrei-me de contar esta estória.

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Aqui há umas semanas atrás, fui ao jantar de aniversário de um amigo. Entre os diversos convivas, havia um grupo de vegans e também uma rapariga “apenas vegetariana ovo-lacto”.

A dada altura, coloquei a esta rapariga uma questão: Eu dou ração e da boa, ao meu gato. Além disso, dou-lhe ocasionalmente patê.

Apesar disso, de vez em quando, o malvado caça um pássaro e esventra-o para lhe comer o fígado! Então, se o meu gato faz isso… porque é que eu não hei-de ter o direito de fazer o mesmo?

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Foto: Hey-gem

A rapariga olhou para mim com um ar muito sério: Ele não tem opção, mas tu tens! Ao que eu respondi de imediato: Não, não tenho… Mas acrescentei logo a seguir que não me levasse muito a sério, dando-lhe a entender que aquilo tinha sido apenas uma pequena provocação.

 

Afinal de contas estávamos numa festa e eu sou um tipo civilizado. Ou, pelo menos, tento parecer…

Mais tarde dei por mim a pensar nisto dos instintos. Esta estória de se considerar que está bem tudo o que um animal faz “por instinto”, mas que é errado um homem seguir os seus próprios instintos, tem muito que se lhe diga.

Senão vejamos, a reprodução humana é feita por instinto! Quando um homem tem uma erecção, esta é provocada apenas pelo instinto. Quero dizer, um tipo não se vira para a pila e diz-lhe “põe-te em sentido!”… Um tipo tem de deixar que o seu instinto funcione.

E ora lá está. Um sujeito vê uma mulher bonita e tenta controlar o instinto, desviando olhar e pensando em ratos do esgoto ou… em banqueiros e políticos, por exemplo. Isso não é natural, nem pode resultar em nada de bom!… Então, fazer o mesmo diante de um bom bife ou de uma bela lagosta grelhada… bom, isso é só estúpido!

E depois, olhamos para a Índia, onde cerca de 40% da população é vegetariana, e o que é que vemos? Tipos que se controlam para não comer um bife, mas depois… não se contêm e violam uma mulher dentro de um autocarro!!!… E em grupo!…

Ah e tal, comer carne torna as pessoas mais agressivas… A sério??? Eh pá, vou ali comer um bife e já venho… Mal passado, se faz favor.