China profunda

O Supermercado Hua Ta Li, de que vos falei há um ano atrás, continua a ser um local onde vou regularmente.
Uma coisa que não mencionei nesse post é que, para além dos produtos incríveis que podemos comprar, como o Yang Mei, entre muito outros, também se vende lá comida feita para levar para fora.
Costumam ter quase sempre uns Dim Sum muito bons. Para quem não sabe o que é, são umas bolinhas, geralmente de carne ou marisco, com massa por fora e que podem ser cozidas ao vapor ou fritas. Uma delícia!
E depois há… as outras coisas. As comidas da China profunda.
Uma das coisas que, para mim, transforma o acto de comer numa verdadeira experiência gastronómica, é quando a comida me obriga a sair da minha “comfort zone”.
A semana passada perguntei o que era uma coisa que estava num tabuleiro e depois de a senhora me dizer, não tive mais de um segundo de hesitação em dizer “dê-me três”.
Passada meia hora, estava eu em casa a preparar-me mentalmente para comer, pela primeira vez na vida…
Cabeças de pato assadas.
Depois de vencer o preconceito, atirei-me a elas. E a verdade é que aquilo até não é nada mau. Com uma cervejinha a acompanhar, marcharam todas!
As cabeças de pato não têm muito que comer, é mais um petisco que uma refeição, mas têm uma carninha muito saborosa por fora e, para quem goste, ainda há os miolos!!!…

Lojas que Compram Ouro

No dia em que tirei a fotografia a esta Loja de Penhores, que também compra ouro, quase que me ia metendo em sarilhos.
O que aconteceu foi que, estava eu a tirar a foto e vem de lá de dentro da loja o empregado, que até ficou na foto, a perguntar-me o que é que eu estava a fazer.
Expliquei-lhe de imediato que escrevo sobre Lisboa num blog, e para evitar problemas, disse-lhe logo que se ele fizesse questão eu apagava a fotografia.
“Não, não é preciso. É que, sabe, isto agora há por aí assaltos todos os dias, e quando o vi a tirar a fotografia fiquei logo a pensar se não era para ver onde estão os alarmes”.
Conversámos mais um bocado e lá me vim embora. Com a foto.
Desde há algum tempo que se tem falado muito das Lojas de Compra de Ouro em Portugal. Ou porque abrem duas por dia (!), por ser um negócio que prospera quando as pessoas andam mais aflitas “por causa da crise”, ou porque muitas são assaltadas ou ainda porque algumas destas lojas estão metidas em esquemas ilícitos, havendo fortes suspeitas de que algumas recebem ouro proveniente de assaltos.
Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão. Por outro lado, também haverá os que são honestos.
A loja fotografada, a Prestus, ao lado da Loja do Cidadão nas Laranjeiras, pertence a uma casa de penhores com mais de 17 anos de actividade, segundo me disse o funcionário, pelo que têm, suponho, alguma idoneidade. 
Aliás, sempre tive alguma consideração pelas lojas de penhores. É um negócio em que a loja, apesar de tudo, assume até algum risco.
Já a história das Lojas de Compra de Ouro, não sei bem porquê, mas é um negócio que me inspira um certo asco. Lamento se ofendo gente muito honesta que trabalha no ramo, mas não consigo passar por uma loja dessas sem sentir alguma repugnância.
Estou a ser injusto? Talvez. Mas também não me parece que seja muito.