Na Sexta feira passada, dia 25 de Outubro, deu-se o arranque oficial da XIV legislatura. O facto mais marcante deste dia, quer se queira quer não, foi um assessor de uma deputada ter aparecido no Parlamento vestido de saias.
O tal assessor conseguiu ter os seus 15 minutos de fama com a sua atitude irreverente e ficará para sempre como o primeiro homem a entrar no Parlamento de saias (que se saiba).
Ficará conhecido como “O Assessor da Joacine”, porque a maioria das pessoas não chegou a ouvir o seu nome: Rafael Esteves Martins, mas isso é um pormenor.
Aqui no Muito suave, estamos em crer que, desde que o famoso Assessor da Joacine apareceu de saias no Parlamento, o paradigma do vestuário em Portugal deu uma grande volta.
Esta semana, uma série de personagens, entre
as quais o Ricardo Araújo Pereira, escreveram
uma carta dirigida ao presidente do SLB, Luís Filipe Vieira.
A carta, que pode ser lida aqui, começa com o seguinte parágrafo: “Somos um pequeno grupo de benfiquistas que vem por este meio expressar indignação perante um facto que já passou todos os limites: André Ventura usou e usa o Benfica para criar uma persona política.”
Não deixa de ser
engraçado que o Ricardo Araújo Pereira em particular assine uma carta dirigida ao insuspeito Luís Filipe Viera.
Luís Filipe Vieira, o
tal que, apenas com uns trocos ganhos honestamente a vender pneus, haveria mais
tarde de fazer investimentos no imobiliário com o seu amigo Vítor Santos,
também conhecido como Bibi. O tal que se gabava de não pagar impostos…
Luís Filipe Vieira, o
homem que lidera a Clube da Porta 18.
Mas que nunca teve nada a ver com estórias de tráfico de droga, nem no Benfica,
nem antes…
Luís Filipe Vieira
que, sobre o caso Toupeira e o seu colaborador Paulo Gonçalves, o Ricardo
Araújo Pereira diz, gracejando, com aquela sua conhecida ligeireza “Se sabia, é chato, se não sabia,
é chato também”…
Luís Filipe Vieira, um dos maiores devedores
do Banco Espírito Santo (BES), segundo o Expresso, com dívidas que rondam os
400 milhões de euros, que à Cristina disse “Corrupto, nunca fui nada vida.
Sempre trabalhei. Dever dinheiro… Quem trabalha no sistema financeiro, sabe que
não desviei dinheiro nenhum de ninguém. Estou à vontade com essa situação”.
Luís Filipe Vieira, que usou o Benfica como
trampolim para a sua carreira de especulador imobiliário, e sobre um negócio do
qual Ana Gomes questionou, há dias: ”Não
será negócio de Lavandaria?”
Luís Filipe Vieira sobre o qual, curiosamente…
não há memória do Ricardo Araújo Pereira ter feito uma rábula!…
Luís Filipe Vieira a quem o Ricardo Araújo
Pereira nunca se lembrou de escrever uma carta, acusando-o, por exemplo, de ter
usado o Benfica para criar uma persona
de empresário de sucesso…
Ficaremos então à espera de um dia o Ricardo
Araújo Pereira convidar o insuspeito Luís Filipe Vieira para uma entrevista das
suas.
Fica desde já uma sugestão. Tal como a Cristina, há uns tempos, fez o Vieira emocionar-se com uma pergunta sobre o pai, poderá também o Ricardo tentar fazer com que o Vieira verta uma lágrima, perguntando-lhe como é que se sentiu quando, em tempo idos, um Dentista seu amigo e sócio, dos tempos da Obriverca, perdeu a vida num estúpido acidente, ao cair no poço de um elevador, durante uma visita a uma obra…
Não sou adivinho, mas era capaz de apostar que
o insuspeito Luís Filipe Vieira repetiria o que disse à Cristina: “Vamos falar de outra coisa…”.
O Ricardo tem um problema com o Benfica. Podia distanciar-se e brincar com as estórias que rodeiam o seu clube, mas não. Prefere assumir o seu benfiquismo como uma doença incurável. Tiques de marialva de café que só lhe trarão crédito junto de quem tem a mesma doença.
É pena, ganha-se mais um benfiquista voluntariamente acéfalo e com palas nos olhos, perde-se um razoável comediante.
Ia-me quase esquecendo de contar um “pormenor” interessante sobre a estória do tal “acidente” do Dentista. O homem, antes de ir ter com o Luis Filipe Vieira e os seus comparsas, disse à mulher que ia ter uma reunião e sentia que corria perigo. Então, deu-lhe uma carta que ela deveria entregar à Polícia Judiciária, caso lhe acontecesse alguma coisa. O homem “caiu” no poço do elevador e a carta foi, evidentemente, entregue mas, apesar disso, a investigação da PJ não permitiu concluir que a morte do Dentista não fosse acidental. E a coisa morreu por aí…
Será isto apenas uma fantasia?… poderão pensar. Apenas vos digo que quem me contou esta estória não é pessoa para inventar estórias. Acreditem no que quiserem.
A estória que vos vou contar passou-se há cerca
de 40 anos. Os factos poderão, por isso, não estar muito precisos na minha
memória. Mas, no essencial, a estória é esta.
Então, eu e mais três amigos decidimos ir
passar uns dias à Praia da Rocha. Talvez fosse pela altura da Páscoa. Sei que
não era Verão e que não estava muita gente.
No dia em que chegámos, fomos colocar a
bagagem no apartamento de um amigo, onde iriamos ficar hospedados. Deviam ser
umas seis da tarde e resolvemos ir até à praia, mas optámos por não trocar de
roupa, por nos parecer que, aquela hora, já não valia a pena.
Entretanto, chegados à praia, fomos até à beira de água molhar os pés. Estava calor, a água estava boa e eu, depois de tirar as medidas à meia dúzia de pessoas que estava na praia, decidi: vou tomar banho, mesmo de cuecas!
E lá fui eu, todo contente… tomei uma bela
banhoca, e estava eu todo satisfeito com a minha proeza, eis senão quando,
aparece, vinda não sei de onde, a bela da vizinha de cima do Luís. A vizinha de
Lisboa. Vizinha esta que eu também conhecia e que por isso teria de
cumprimentar… E eu de cuecas!…
A vizinha (e que gira que ela era) cumprimentou-me, e teve a simpatia de fingir que não tinha reparado que eu estava de cuecas.
E eu… cheio de vergonha e com vontade de me enfiar num buraco…
Lembrei-me de contar esta história a propósito de uma foto que me apareceu no Facebook há uns dias, mostrando um tipo de cuecas na praia. Esta foto…
Os tons de amarelo, os tons de castanho, os contrastes, a luz, a sombra. Ainda bem que a rapariga não saiu dali, permitindo-me capturar este momento de “Verão puro”.