Mês: Abril 2011
Gente responsável a trabalhar no dia 25 de Abril de 2011
À conversa à porta d’A Ginginha
O homem, de chapéu na mão e encostado à parede, do outro lado da porta, não tornou a repetir.
Nisto, apareceu a miúda romena que anda por ali a vender pensos, a pedinchar “Umá móeda pro favor…”
Acenei-lhe que não e, entretanto, o homem enxotou-a, antes que ela tivesse tempo para me tentar cravar a segunda vez: “Já não bastavam os portugueses, agora ainda vêm para cá estas!…”.
Quando acabei a ginginha, comi as ginjas que esperavam no fundo do copo e puxei de uma moeda para dar ao homem.
Contei-lhe que uma vez tinha dito que não tinha dinheiro à tal miúda que vende pensos e que ela me tinha rogado sei lá quantas pragas em romeno!
Diz-me ele: Esta e mais a outra, a mais alta… são carteiristas! Já por duas vezes que chegam aqui, encostam-se aos clientes e enquanto uma pede, a outra mete a mão… e lá se vai o telemóvel.
Contei-lhe ainda que, há umas semanas, aquela que tinha estado ali me tinha vindo cravar e eu lhe tinha proposto 1 euro em troca de me deixar tirar-lhe uma foto. Primeiro fez que não percebia e depois, quando me viu a sacar da máquina, pôs-se a andar e foi ter com a outra colega. Quando dei por isso, já iam por aí fora quase no topo da rua – e apontei para a Calçada do Garcia.
– Pois, elas vivem lá
para cima. Sabe, elas não podem deixar-se fotografar. Nem podem estar à conversa. Ao todo, são aí umas oito e trabalham todas para o mesmo tipo. Andam para aí o dia todo a pedir e a roubar e se chegam a casa com menos que uma certa quantia – não sei quanto é, para aí uns vinte cinco euros – ainda levam porrada do gajo!– Pode-se dizer que têm um incentivo fortíssimo!…
– Ah, pois têm…
Perguntei-lhe como se chamava e se também morava por ali.
– Chamo-me José Pinto. Quando há dinheiro, durmo na Pensão Estrela. Quando não há… tenho de dormir na rua.
– Este Inverno deve ter sido complicado não? Houve para aí umas noites bem frias!..
– Ah, pois foi…
Falámos um bom bocado. Contou-me que antigamente se safava bem, quando podia arrumar carros, mas depois teve um AVC e já não aguentava, e então teve de ir para ali pedir.
Antes disso tudo, foi dono de uma churrasqueira, em Casal de Cambra, perto de Caneças. Comentei que nunca se pode tomar nada por garantido.
O Sr. José Pinto disse-me que o problema foi que, a dada altura, meteu lá a trabalhar o filho, “que se metia nas drogas”, mais a mulher, e, quando deu por isso, já lhe tinham “apertado o nó da gravata”!
A vida dá muitas voltas e histórias com droga à mistura, raramente acabam bem, pensei.
Por isso, dei-lhe mais uma moeda, despedi-me e desejei-lhe boa sorte.Um painel menos conhecido de Júlio Pomar e Alice Jorge
É um painel muito bonito e está em óptimo estado de conservação, ao contrário dos mais conhecidos painéis da Av. Infante Santo, dos quais fui buscar uma foto ao blog “Do Porto e não só”.
Voltando ao painel na Rua do Açúcar, é pena que um arbusto mal podado esconda parcialmente o painel. É caso para dizer que o jardineiro de serviço não percebe da poda!
Tive de entrar e contornar o arbusto para poder ver a outra perspectiva do painel que mostro aqui.
Espero que os responsáveis pela Manutenção deste edifício remedeiem esta situação pois este painel de azulejos é património de Lisboa que deve ser dado a disfrutar a todos.
A (pouca) nobreza de Nobre
Respiração boca-a-boca
No Muito suave, preocupamo-nos com as pessoas. Conhecimentos de Primeiros Socorros podem salvar uma vida e nem sempre são ministrados nas escolas!
Segue-se um vídeo didáctico de respiração boca-a-boca. Vejam se aprendem, OK?
Super Sexy CPR from Super Sexy CPR on Vimeo.
Para acabar de vez com o email corrente que promete que lhe vão pagar por cada email enviado
Em Maio de 2009, expliquei-lhe porque não se deve acreditar nisto. Vou enviar de novo, para que todos possam refrescar a memória…
Antes de lhe dizer porque é que esta história falsa, deixe-me perguntar-lhe o seguinte: já experimentou dobrar uma folha de papel 10 vezes? Parece fácil mas… se experimentar vai descobrir que é practicamente impossível.
Porquê? Porque para fazer a décima dobragem, passa de 512 para 1.024 camadas de papel!…
As dobragem: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 originam as seguintes camadas: 2, 4, 8,16, 32, 64,128, 256, 512, 1.024
Isto é o que resulta de uma progressão geométrica (que até evolui devagar, porque o factor multiplicativo é baixo).
Agora repare no que acontece quando usamos um factor mais elevado, digamos, 10, para simular o número de pessoas a quem “repassa” este email e os seguintes a quem cada um deses 10 “repassa” posteriormente: 10, 100, 1.000, 10.000, 100.000, 1.000.000, 10.000.000, 100.000.000, 1.000.000.000, 10.000.000.000
Se agora multiplicar este número de pessoas pelo tal valor dos 245 euros, isso significa que ao fim de APENAS 10 “repassagens” a Microsoft teria já de pagar…
2.450 + 24.500 + 245.000 + 2.450.000 + 24.500.000 + 245.000.000 + 2.450.000.000 + 24.500.000.000 + 245.000.000.000 + 2.450.000.000.000 = 2.722.222.221.950 Euros
Para que veja bem a dimensão deste número… isto são 546.736.555.501 “contos”!!! (para castigo, o Carlos devia ser obrigado a escrever este número por extenso…). Agora uma perguntinha: acha mesmo que alguma empresa no Mundo tem dimensão para suportar este tipo de encargos??? Só se for uma empresa do Vale e Azevedo!…
Sobre as progressões geométricas existe uma história engraçada sobre a criação do jogo do Xadrez. Deixo-lhe a versão sacada do wikipedia:
Existem diversas mitologias associadas à criação do xadrez, sendo uma das mais famosas aquela que a atribui a um jovem brâmane indiano chamado Lahur Sessa. Segundo a lenda, contada em “O Homem que Calculava”, do escritor e matemático Malba Tahan, numa província indiana chamada Taligana havia um poderoso rajá que havia perdido o filho em batalha. O rajá estava em constante depressão e passou a descuidar-se de si e do reino.
Certo dia o rajá foi visitado por Sessa, que apresentou ao rajá um tabuleiro com 64 casas brancas e negras com diversas peças que representava a infantaria, a cavalaria, os carros de combate, os condutores de elefantes, o principal vizir e o próprio rajá. Sessa explicou que a prática do jogo daria conforto espiritual ao rajá, que finalmente encontraria a cura para a sua depressão, o que realmente ocorreu.
O rajá, agradecido, insistiu para que Sessa aceitasse uma recompensa por sua invenção e o brâmane pediu simplesmente um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta e assim sucessivamente até a última casa. Espantado com a modéstia do pedido, o rajá ordenou que fosse pago imediatamente a quantia em grãos que fora pedida.
Depois que foram feitos os cálculos, os sábios do rajá ficaram atónito com o resultado que a quantidade grãos havia atingido, pois, segundo eles, toda a safra do reino durante 2.000 anos não seriam suficientes para cobri-la. Impressionado com a inteligência do brâmane, o rajá o convidou para ser o principal vizir do reino, sendo perdoado por Sessa de sua grande dívida em trigo.
Se ficou curioso sobre o número de grãos, digo-lhe que seriam… 9.223.372.036.854.780.000 grãos de trigo!
Só mais uma pergunta: para além da questão dos montantes envolvidos, como é que acha mesmo que a Microsoft faz esse “seguimento dos reenvios durante 2 semanas”??? Eu respondo: não só isso não é tecnicamente viável como seria uma invasão da privacidade de quem eles controlassem o email!
Espero tê-lo esclarecido e a todos os que antes de si “repassaram” o email.
A propósito, o Pai Natal também não existe, OK?…